TDAH: quando a distração e a agitação merecem atenção
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Por Dra. Isabel Lacerda – médica, pós-graduada em Neuropediatria |
Toda criança pode ser agitada, distraída ou ter dificuldade de obedecer a regras em alguns momentos. Isso faz parte da infância. Porém, quando esses comportamentos são persistentes, intensos e atrapalham a rotina escolar, familiar e social, pode estar em jogo o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), uma condição do neurodesenvolvimento que afeta milhões de crianças no mundo.
O TDAH se manifesta em três principais aspectos: desatenção, hiperatividade e impulsividade. Nem todas as crianças apresentam os três ao mesmo tempo; alguns têm maior dificuldade em manter o foco, outros são mais inquietos e não conseguem esperar sua vez, e há ainda aqueles que combinam os dois padrões. O ponto central é que esses comportamentos acontecem em diferentes ambientes (casa, escola, atividades sociais) e prejudicam o desempenho e as relações da criança.
É importante reforçar que o TDAH não é falta de educação, preguiça ou desinteresse. Trata-se de uma alteração na forma como o cérebro regula atenção e controle dos impulsos. Crianças com TDAH muitas vezes são criativas, curiosas e têm grande energia, mas precisam de estratégias adequadas para transformar essas características em potencialidades.
O diagnóstico deve ser feito por médico, com base em avaliação clínica detalhada, entrevistas com pais e professores e, em alguns casos, testes específicos. Não existe um exame único que “prove” o TDAH, e por isso a escuta cuidadosa da história da criança é fundamental.
O tratamento envolve múltiplos aspectos: acompanhamento médico, suporte psicológico, orientação familiar e escolar e, quando necessário, uso de medicação. A combinação dessas medidas pode transformar a vida da criança, ajudando-a a se organizar melhor, aprender com mais eficiência e desenvolver relações mais saudáveis.
“O olhar atento da família e dos educadores é essencial. Quanto mais cedo o TDAH é identificado, maiores são as chances de oferecer suporte adequado e evitar prejuízos emocionais e acadêmicos”, explica Dra. Isabel Lacerda
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