Nos bastidores da política, as cartas continuam marcadas
Por Blog Silvio Faria Oficial
Nos bastidores da política, o baralho nunca é embaralhado de verdade — as cartas só mudam de mãos. A recente movimentação de Rodrigo Bacellar, que recua da disputa pelo governo do Estado e mira uma cadeira vitalícia no Tribunal de Contas, é apenas mais uma jogada silenciosa que revela muito sobre as engrenagens que movem o poder no Rio de Janeiro.
No TSE, Bacellar sai de cena pela porta dos fundos, mas não sem antes garantir seu lugar ao sol. Para muitos, isso se chama articulação; para outros, é apenas mais uma evidência de como o sistema político premia seus fiéis — mesmo quando estão à beira do abismo jurídico.
Enquanto isso, Eduardo Paes, em pleno exercício do mandato de prefeito da capital, vai costurando alianças em ritmo de samba. Sua aproximação com Waguinho, ex-prefeito de Belford Roxo e marido da ministra Daniela do Waguinho, sinaliza que a dança das cadeiras já começou para 2026 — e os acordes são conhecidos: votos da Baixada, apoio ministerial e a velha promessa de renovação que nunca chega.
Paes não esconde suas pretensões de ser o condutor de uma frente ampla contra Cláudio Castro, o atual governador, que observa tudo de camarote. Mas nos bastidores, ninguém dá ponto sem nó: tudo é calculado, nada é improvisado. É como se estivéssemos assistindo a uma peça já ensaiada, onde os personagens mudam, mas o roteiro segue o mesmo.
A imprensa cobre os movimentos como um tabuleiro de xadrez. Analistas projetam cenários, partidos testam nomes e a população... bem, a população continua esperando por soluções reais. Saúde, segurança, educação e mobilidade seguem como cartas fora do baralho. O jogo é outro — e o povo, mais uma vez, não foi convidado à mesa.
Os vencedores desse jogo são os mesmos de sempre: políticos habilidosos, grupos econômicos de bastidor, operadores do sistema e parte da imprensa que lucra com o espetáculo.
E os perdedores?
Talvez sejamos todos nós, que seguimos assistindo ao jogo como torcedores apaixonados, esperando por uma virada que raramente acontece.
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